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  • Foto do escritorAndré Ribeiro

Novos grandes partidos

Começo, desde já, por dizer que se és português e se estás a ler este artigo com o objetivo de criar o teu partido e teres um crescimento rápido e simples, provavelmente já vais tarde.


Nos últimos anos, temos verificado o crescimento de novos partidos, mais recentemente o Chega (CH) e a Iniciativa Liberal (IL) e, anteriormente, o Bloco de Esquerda (BE). Neste artigo, vou analisar o crescimento do Chega e do Bloco de Esquerda devido, na minha opinião, à existência de várias semelhanças entre estes.


É preciso dizer que em Portugal vive-se num sistema de Duopólio no que se trata ao Governo, alternando desde 1975 entre o Partido Socialista (PS) e o Partido Social Democrata (PSD) e que este facto dificulta a entrada de novos partidos no poder e na Assembleia da República. Apesar disto, nos últimos anos, surgem partidos que ameaçam a independência do poder destes dois partidos, o BE na ala esquerda e o CH na ala direita.


Mas, a que se devem estas exceções? Como surgiram e porquê? Esta é uma questão aparentemente bastante complexa, mas que é facilmente respondida. Estes dois casos são fruto de uma fração da população descontente com os partidos presentes na nossa AR desde o 25 de Abril de 74 e acabam por cair em políticas mais extremas, radicais ou até ocas.


O que estes dois partidos têm em comum está à vista de qualquer um e nem os próprios se preocupam em ocultar tal situação, pois sabem que isso nada ou pouco mexeria na cabeça dos seus eleitores. Tanto o BE como o CH são considerados partidos de extremos e ambos tiveram crescimentos exponenciais. Porém, se analisarmos tanto um partido como o outro, é de fácil análise que nenhum tem uma ideologia fixa e convicta. Ao contrário dos outros partidos com assento parlamentar que têm as suas ideias e ideologias estipuladas e claras para toda a população há décadas, estes não, pois não necessitam de tal coisa.


A falta de necessidade de estipular uma ideologia e até o jeito político traz-nos um partido sem esqueleto que facilmente se movimenta por onde dá mais jeito e onde conseguirá mais votos. Daqui resulta o que, na minha opinião, é o segredo do sucesso destes dois partidos que consiste em apropriar-se de temas importantes e presentes na nossa sociedade e que não são abordados pelos grandes partidos por desconforto ou, até quem sabe, medo. No caso do BE vemos a serem abordadas as questões ambientais e os direitos LGBT. No que toca ao CH é de conhecimento geral, consistindo no ataque a minorias que alguns dos seus constituintes são famosos por causar desordem e a promessa do fim da corrupção.


Não me interpretem mal, mas tanto um partido como o outro são importantíssimos para a nossa democracia, pois vieram agitar as águas, vieram trazer para cima da mesa temas pouco abordados por desconforto ou por falta de lucro político no que se trata a abordar esses temas. Com isto, espero que o crescimento destes dois partidos não se desenvolva muito mais, pois não deixam de ser partidos do extremo e tudo o que se trata de um extremo, à partida, é mau. Também espero que este crescimento faça com que os gigantes adormecidos (PS e PSD) acordem, para que a política portuguesa sofra a revolução que há tanto precisa.


André Ribeiro

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